A LIBRAS COMO
INSTRUMENTO DE INCLUSÃO SOCIAL
Resumo
Hoje se sabe que a linguagem não é utilizada apenas como forma de
comunicação, mas, é através dela que se constitui o pensamento, logo, toda a
reflexão e as diferentes aprendizagens humanas. Por isto, seu papel na escola é
incontestável, pois representa não apenas um facilitador na interação entre
alunos-professor e aluno-alunos, porém, um instrumento importante para a
construção de significados e acesso aos conteúdos socialmente produzidos.
Baseado nisto, compreendemos que não se pode realizar a inclusão educacional,
sem que se considerem as necessidades específicas dos sujeitos sociais que
possuem deficiências ou dificuldades de aprendizagem com implicações diretas no
processo de desenvolvimento lingüístico. Neste sentido, destacamos a realidade
dos indivíduos que possuem limitações auditivas, identificados como surdos, que revelam especificidades
lingüísticas, ainda negligenciadas pela sociedade constituída – em sua maioria
– por ouvintes. Dessa forma, o presente estudo objetiva discutir as
especificidades deste grupo, bem como o papel da sua língua natural: a Libras –
Língua Brasileira de Sinais no processo de inclusão social, tomando-a como
principal referencial e recurso comunicativo a ser utilizado pelos educadores
nos diversos níveis de ensino.
Palavras-chave:
surdez, inclusão, Libras.
LA LIBRAS COMME INSTRUMENT D'INCLUSION SOCIALE
Résumé
Aujourd'hui se sait que la langue n'est pas utilisée seulement
mange forme de communication, mais, c'est à travers elle que se constitue la
pensée, ensuite, toute la réflexion et les différents apprentissages humains.
Par ceci, son papier dans l'école est incontesté, donc il représente non
seulement une facilitador dans l'interaction entre alunos-professor et
aluno-alunos, néanmoins, un instrument important pour la construction de
significations et un accès aux contenus socialement produits. Basé sur ceci, nous comprenons que l'inclusion ne peut pas
être réalisée scolaire, sans que se considèrent les nécessités spécifiques des
sujets sociaux lesquels possèdent des insuffisances ou des difficultés
d'apprentissage avec des implications directes dans le processus de
développement linguistique. Dans ce sens, nous détachons la réalité des
personnes lesquelles possèdent des limitations auditives, identifiées comme
sourdes, qui révèlent des spécificités linguistiques, encore négligées par la
société constituée - pour la plupart - par des auditeurs. De cette forme,
présente étude objective discuter les spécificités de ce groupe, ainsi que le
rôle de sa langue naturelle : à des Livres - Langue Brésilienne de Signes dans
le processus d'inclusion sociale, en la prenant comme principal référentiel et
ressource comunicativo à être utilisé par les éducateurs nous divers niveaux
d'enseignement.
Mots – clé:
surdité, inclusion, Libras.
A LIBRAS COMO
INSTRUMENTO DE INCLUSÃO SOCIAL
Introdução
Falar em inclusão não
provoca hoje as mesmas reações de dez ou vinte anos atrás. É notório que
pessoas com e sem deficiência aprenderam – forçosamente ou não -a conviver mais
proximamente em diferentes espaços sociais. Isto indica que a convivência entre
as pessoas, independente das diferenças (e de algumas resistências), tem sido
possível. Todos parecem ser favoráveis à inclusão social de pessoas com
deficiência no trabalho, na escola, no lazer, nas ruas, etc., ou seja, aos
poucos estamos nos convencendo que, mesmo quando o outro nos parece estranho –
e nós perfeitos -, temos tantos
limites e potencialidades quanto ele.
Por outro lado, mesmo
reconhecendo os avanços conquistados, é preciso que continuemos atentos para o
significado da inclusão social. E, na inclusão a premissa é que para incluir, a
sociedade precisa se transformar de modo a favorecer a todos as pessoas, o
exercício pleno da cidadania. Assim, é evidente que esta transformação está
pautada no conhecimento do outro e de suas necessidades.
À medida que conhecemos
as necessidades dos indivíduos com deficiência estaremos mais próximos de
atendê-las, propiciando a inclusão. Nesta direção, a escola assume papel
fundamental, pois é ainda uma das principais agências disseminadoras de valores
e socializadora de saberes.
Embora, as pessoas com
deficiência estejam cada vez mais presentes nas empresas, escolas, igrejas,
clubes, etc., e disponham de vários dispositivos legais para garantir direitos,
seu usufruto não se encontra plenamente atendido. Em outras palavras, embora
todos saibam que uma pessoa com deficiência tem o mesmo direito à educação,
trabalho, segurança, saúde, etc. que os indivíduos sem deficiência, não estamos
suficientemente instrumentalizados para garanti-los amplamente a todos (RIBAS,
2007).
É comum que pessoas com
deficiência precisem recorrer à justiça para efetivar um direito adquirido por
lei. E, embora entendamos os avanços que a história testemunha, ainda há muito
que aprendermos para construirmos uma sociedade inclusiva.
Bom número de pessoas
com deficiência ainda sofre mais com as atitudes preconceituosas que com suas
condições físicas, mentais ou sensoriais. Outra barreira reside nas condições
arquitetônicas das cidades, dos prédios residenciais, das escolas, dos
shoppings que continuam sendo planejados somente para alguns. A carência de
rampas, elevadores, plataformas, sinais luminosos e sonoros, dentre outros, limita
o acesso de muitos cidadãos com deficiência.
Mas, nos preocupam mais
de perto, as barreiras impostas aos sujeitos surdos – com destaque para a
barreira lingüística. O surdo é um estrangeiro no próprio país, pois faz uso de
uma língua que não é a mesma utilizada pela maioria de seus compatriotas: a
língua de sinais. O pior é que ainda na atualidade, alguns desconhecem o valor
da língua se sinais para os surdos, bem como seu papel no processo de inclusão
social.
As
Diferenças Impostas pela Surdez
De início é preciso
destacar que os surdos são diferentes dos ouvintes e também diferentes entre
si. Portanto, é preciso abolir a idéia de que as crianças surdas constituem um
grupo homogêneo, pois não é bem assim. Existem muitos subgrupos dentro do grupo
de crianças surdas e as diferenças entre eles são, na maioria das vezes, tão
grandes quanto às diferenças encontradas entre surdos e ouvintes. Essa é uma
idéia básica para compreendermos bem o surdo e suas peculiaridades.
Ao falarmos de
deficiências é comum fixarmos o nosso olhar sobre o que falta ao sujeito
observado. Neste caso, há sempre uma comparação com algum modelo perfeito. Sob esse ponto de vista, a
surdez é considerada como “uma
deficiência não visível fisicamente e (que) se limita a atingir uma pequena
parte da anatomia do indivíduo”, ou, ainda, como a ausência, dificuldade
ou inabilidade para ouvir, sons específicos, ambientais e os sons da fala
humana (FERNANDES, 1989, p. 38).
Quando apoiados nesta
visão, os estudos sobre a pessoa surda se voltam basicamente para compreender
as perdas auditivas como características do sujeito, portanto, os aspectos
fisiológicos da surdez são os únicos contemplados pelos professores que irão
atuar junto a este grupo. Assim, tão logo os professores recebem um aluno surdo
em sala de aula, as perguntas mais comuns são sobre quanto este aluno ouve e
dependendo da resposta, as preocupações seguintes se concentrarão em como se
comunicar com ele.
É evidente que
informações clínicas sobre o aluno surdo, tais como o grau[i],
variando de leve a profundo ou o tipo de surdez[ii] satisfazem
mais a curiosidade que apontam saídas práticas para a interação
professor-aluno. Outros aspectos da vida do surdo, tais como sua relação com a
própria condição de pessoa surda ou o conhecimento e uso da língua de sinais
são bem mais relevantes. No entanto, estas informações de nada valem se o
educador não possui conhecimento específico da cultura e diferença lingüística
da comunidade surda (STROBEL & DIAS, 1995, p. 7-8).
Estudiosos da área da
surdez concordam que os surdos enfrentam diversas dificuldades ao longo de sua
trajetória educacional. Algumas se original de sua limitação auditiva e,
conseqüentemente, sua dificuldade em oralizar-se. Mas, isso não pode ser
analisado sem considerar os significados sociais que provoca, nem porque é tão
difícil para a família do surdo esta questão.
Autores como Brito
(1995), Skliar (1998) e Fernandes (1989) acreditam que ao sofrer atraso de
linguagem, ocasionado pela perda auditiva, o surdo terá como conseqüência problemas
emocionais, sociais e cognitivos e, estes problemas influenciarão diretamente
todo o processo de aprendizagem e sua identidade.
No caso da pessoa surda,
os estudos feitos por Perlin (apud SKLIAR, 1998) identificaram a existência de,
pelo menos, cinco categorias diferentes de identidades surdas, comprovando a
presença da heterogeneidade na construção dos grupos. A autora classificou as
identidades surdas da seguinte forma:
a) identidade surda política - há o predomínio da experiência visual em
detrimento da auditiva; b) identidade
surda híbrida - são surdos que usam identidades diferentes em momentos
diferentes; c) identidade surda de
transição - é caracterizada por um momento específico da vida do surdo.
É exatamente aquele onde o surdo passa de um mundo ouvinte, onde sempre foi
obrigado a conviver, para uma nova experiência: com o mundo surdo; d) identidade surda incompleta é aquela
onde a pessoa surda sofre pressões de toda a espécie para não se identificar
com outros surdos; e) identidade surda flutuante - surdos que não aceitam a
própria surdez e faz de tudo para se enquadrar no mundo ouvinte.
De acordo com as idéias
apresentadas é possível compreender que os surdos não compõem um conjunto
homogêneo com características comuns. Pelo contrário, possuem tantas diferenças
entre si quanto às existentes entre todos os grupos humanos. Portanto, não é
correto pensar numa prática pedagógica que atente para suas diferenças,
respondendo a todas as necessidades que os mesmos apresentam.
As
Relações entre Surdez, linguagem e Aprendizagem
A partir
das contribuições de diferentes campos do saber, hoje se sabe que a linguagem é
fundamental na construção de conhecimentos, bem como na constituição do próprio
sujeito, além de servir diretamente no processo de comunicação entre as
pessoas. As principais contribuições nesta direção são de Vygotsky e também de
Bakhtin.
Para ambos,
a linguagem não seria apenas uma forma de comunicação, mas através dela, as
pessoas podem desenvolver o pensamento. A linguagem, para os autores, é,
portanto, tudo que envolve significação e está presente no sujeito. Assim, é
inquestionável o papel da linguagem nos processos mentais, bem como nos
processos sociais. Portanto, a linguagem e a língua não podem ser pensadas
separadamente, pois estão indissoluvelmente ligadas (In: GOLDFELD, 2002).
Baseado
nisto, ao analisarmos a situação lingüística do surdo podemos concluir que se a
linguagem não possui apenas a função comunicativa, mas, também de organização
do pensamento, assumindo um papel essencial no desenvolvimento cognitivo,
emocional e social das pessoas, a situação dos surdos é muito séria.
Quanto a
isto cabe considerar que cerca de 95% de surdos nascem de pais ouvintes. Estes,
por sua vez, desconhecem as especificidades de uma criança surda e a existência
de uma língua natural aos indivíduos que estão impossibilitados de fazer uso da
linguagem oral. Sendo assim, as crianças surdas ficam impedidas de
desenvolverem todo o potencial lingüístico que dará suporte a outras áreas como
a cognição e a socialização, pois não conseguem desenvolver a linguagem oral,
pois lhes falta o canal de comunicação próprio: a audição. E, não acessam
imediatamente os modelos comunicativos pautados na sua língua natural – a
língua de sinais, pois seus pais desconhecem.
Na escola,
os surdos seguem enfrentando dificuldades semelhantes. A maioria dos
professores não conhece a língua de sinais e não se sente responsável por
adquirir este aprendizado, delegando à família ou outros profissionais
(principalmente, o intérprete de língua de sinais) a responsabilidade pelo
ensino do surdo. Este tem sido o principal problema na inclusão educacional do
surdo.
As razões
que dificultam a inclusão do surdo são muitas, mas, nenhuma delas é tão
conflitante quanto a indefinição quanto ao papel do intérprete escolar. Primeiro,
por que a maioria das escolas não dispõe de intérpretes no seu quadro e porque
em diferentes municípios não há pessoal qualificado para assumir tal tarefa;
segundo, por que este profissional ainda não dispõe de uma formação específica
para atuar nos diferentes espaços sociais e educacionais.
De toda
forma, é possível admitir que quando a escola desconhece aspectos como estes, acaba
negligenciando questões que são fundamentais para a inclusão do surdo. É preciso,
portanto, considerar tais elementos para que possa desenvolver uma proposta de
trabalho adequada às necessidades dos surdos.
O surdo não
é responsável por todas as dificuldades que geralmente apresenta, pois “possui
as capacidades orgânicas necessárias para constituir-se enquanto um indivíduo
no sentido social dessa palavra”, no entanto, a sociedade não tem possibilitado
ao surdo a utilização da sua forma mais peculiar de significar o mundo; não
estimula e não entende a língua de sinais e sua importância para a comunidade
surda (GOLDFELD, 2002, p. 53).
O Papel da Libras na Inclusão do Surdo
A língua de
sinais no âmbito acadêmico é reconhecidamente uma língua de modalidade viso –
espacial, com todas as condições e características de uma língua viva. Como tal
é transparente e icônica, o que significa que mesmo os que não a dominam são
capazes de compreendê-la, ainda que superficialmente.
Além disso,
não há dúvida que a língua de sinais é a língua natural do surdo, devendo toda
a sociedade unir esforços no sentido de oferecer as condições necessárias para
que esta língua seja difundida em todo o país, tanto quanto ocorre com línguas
estrangeiras.
No caso brasileiro,
esta língua é intitulada Libras (Língua Brasileira de Sinais). A mesma vem
sendo difundida desde 1857 e tem sua origem na língua de sinais francesa, sendo
trazida para o Brasil através do Conde francês Ernest Huet que era surdo. Aqui,
o conde adaptou os sinais franceses, dando origem à Libras. Este sistema foi
amplamente difundido e assimilado no Brasil. No entanto, a oficialização em lei
da Libras só ocorreu um século e meio depois, em abril de 2002 - nesse período,
o Brasil trocou a monarquia pela república, teve seis Constituições e viveu a
ditadura militar.
O longo intervalo
deve-se a uma decisão tomada no Congresso Mundial de Surdos, na cidade italiana
de Milão, em 1880. No evento, ficou decidido que a língua de sinais deveria ser
abolida, ação que o Brasil implementou em 1881 (BRASIL, 1997).
A Libras quase mudou de
nome e só voltou a vigorar em 1991, no Estado de Minas Gerais, com uma lei
estadual. Só em agosto de 2001, com o Programa Nacional de Apoio à Educação do
Surdo, os primeiros 80 professores foram preparados para lecionar a língua
brasileira de sinais. A regulamentação da Libras em âmbito federal só se deu em
24 de abril de 2002, com a lei n° 10.436.
Pesquisas recentes
revelam que a Libras, assim como outras línguas de sinais é comparável em
complexidade e expressividade a qualquer língua oral. A Libras é estruturada a
partir de unidades mínimas que formam unidades mais complexas. Possui os níveis:
fonológico, morfológico, sintático e semântico. Como toda e qualquer língua,
aumenta seu vocabulário com novos sinais em resposta às mudanças sociais,
culturais e tecnológicas. E ainda, como as outras línguas variam de país para
país, e sofrem também variações regionais dentro do mesmo território.
A Libras é composta de
um alfabeto manual e de expressões faciais e corporais que se combinam formando
algo semelhante aos fonemas e morfemas da língua portuguesa. Os elementos que
constituem um sinal são chamados parâmetros. Os parâmetros em libras são:
a) configuração das
mãos – são formas feitas nas mãos que podem utilizar o alfabeto manual ou não.
FONTE: FELIPE
& MONTEIRO, 2009, p. 22.
b) ponto de articulação
– é o lugar onde incide a mão:
FONTE: FELIPE
& MONTEIRO, 2009, p. 22.
c) movimento - que
podem ter ou não:
FONTE: FELIPE
& MONTEIRO, 2009, p. 23.
d)
orientação/direcionalidade – é a direção que o movimento assume:
FONTE: FELIPE
& MONTEIRO, 2009, p. 23.
e) expressão facial e
corporal – são utilizados para alguns sinais.
FONTE: FELIPE
& MONTEIRO, 2009, p. 23.
A infinidade de sinais
em Libras é tão grande quanto a imensidão de vocábulos existentes na língua
portuguesa e evidentemente não caberiam num estudo deste porte. A maior
pretensão é demonstrar apenas a riqueza existente na Libras e o seu papel
social na inclusão do surdo, validando a importância de que professores de
todos os níveis de ensino se sintam convidados a assumir responsabilidades na
condução desta política e exijam espaços onde esta aprendizagem possa
efetivar-se, conduzindo-os num primeiro momento a serem aprendizes e, no
segundo, a serem educadores comprometidos com a educação de qualidade para a
diversidade.
Considerações
Finais
Sem uma formação
específica nesta área é praticamente impossível aos professores realizar a
inclusão do surdo na sala de aula. Infelizmente, a maioria deles não possui
informação e formação específica na área da surdez e não conhecem a língua
própria dos surdos – a Língua de Sinais – o que inviabiliza o processo de
comunicação e interação entre professor e aluno, surdo e ouvinte.
Nesse contexto, fica
claro que para atender às necessidades e expectativas dos surdos e contribuir
para a formação de sua cidadania, o professor deve estar aberto a mudança, à
aprendizagem de uma nova língua. Dessa forma, os educadores se descobrirão como
agentes conscientizadores, atuantes na resolução de problemas sociais,
preocupados em garantir o respeito às minorias estigmatizadas. Esta é uma forma
de ultrapassar as barreiras que, muitas vezes, se colocam entre a instituição
de ensino e a sociedade, entre o aluno e o professor.
Aprender um pouco do
universo do surdo e da Língua Brasileira de Sinais significa despertar o
interesse pela inclusão de surdos, utilizando como instrumento fundamental, sua
língua.
Acreditamos que um
processo de transformação social só é viável quando se respeitam os sujeitos
envolvidos e suas necessidades. Portanto, os educadores têm um papel decisivo
nesse sentido, pois são instrumentos de inclusão social, capaz de fomentar a
construção de uma sociedade mais cidadã, portanto, mais justa e, menos
segregativa, que acolhe seus filhos, independente das diferenças que eles
revelam ou dos limites que parecem possuir (SANTIAGO, 2009).
Dessa forma, é
fundamental que cada professor sinta-se estimulado a repensar suas ações frente
ao processo de ensino e aprendizagem. E que possa refletir se sua postura em
sala de aula pode ser traduzida como uma prática marcadamente inclusiva.
Esperamos, ainda, que
cada professor se pergunte: Tenho sido capaz de oportunizar situações de
aceitação da pessoa surda na minha sala de aula? Tenho desenvolvido
metodologias notadamente visuais, diversificadas, dinâmicas e prazerosas, que
atendam às necessidades sensoriais dos surdos, e cujo resultado seja a
construção de saberes necessários ao exercício da cidadania? Ou tenho me
esquivado de tentar inovar, aprender coisas novas?
Nesse sentido,
pretende-se incitar os professores a uma reflexão no que tange a sua práxis, propiciando-lhes uma visão real
das possibilidades de planejamento de atividades pedagógicas que possam
favorecer ao aluno surdo a aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento de
seu potencial criativo.
Desta forma, a
discussão sobre a Libras sugere um suporte técnico e científico que habilita o
educador a entender o universo lingüístico, social e cultural do surdo como
ponto de partida para incluí-lo na escola.
Tais
reflexões nos ajudam a pensar que não pode ser suficiente ver o surdo
freqüentar os bancos escolares, sem participar das atividades desenvolvidas em
sala; olhar a boca do professor sem entender o que ele diz, esperando os
movimentos dos colegas para descobrir o que deverá ser feito; reproduzir o que
vai ao quadro, sem compreender-lhe o significado. Isto não é inclusão. É
preciso que a escola se comprometa com a inclusão plena do surdo, compreendendo
que para isto, o respeito à língua de sinais como língua natural e sua inclusão
nos currículos é um dos principais movimentos neste sentido.
Referências Bibliográficas
BRASIL.
Programa de Capacitação de Recursos
humanos do Ensino Fundamental: Língua Brasileira de Sinais. Vol III. MEC/
SEESP, 1997.
BRITO,
Lucinda F. Por uma gramática de Língua de
Sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro: UFRJ, 1995.
FELIPE,
T. & MONTEIRO, M. Libras em Contexto.
Brasil: MEC/SEESP, 2006.
FERNANDES,
Eulália. Problemas lingüísticos e cognitivos do surdo. Rio de Janeiro:
Agir, 1989.
GOLDFELD,
Márcia. A criança surda: linguagem e
cognição numa perspectiva sociointeracionista. São Paulo: Plexus editora, 2002.
SKLIAR,
Carlos (org.). A surdez: um olhar sobre
as diferenças. Porto Alegre: Mediação, 1998.
RIBAS,
João. Preconceito contra as pessoas com
deficiência: as relações que travamos com o mundo. São Paulo: Cortez, 2007.
SANTIAGO,
Sandra A. S. Exclusão Mundial da Pessoa
com Deficiência: Educação para quê? Tese de Doutorado. João Pessoa: UFPB/
PPGE, 2009.
STROBEL,
Karin & DIAS, Silvania. M. S. Surdez: abordagem geral. Rio de
Janeiro, FENEIS, 1995.
[i]
Os graus indicativos da
surdez variam em: leve, de 26 a 40 dB; moderado, de 41 a 70 dB; severo, de 71 a
90 dB e profundo, acima de 90 dB.
[ii] O tipo de surdez varia em:
condutiva, neurossensorial e mista. A condutiva é determinada por patologias
localizadas no ouvido externo e médio, tendo como principais exemplos disso a
introdução de corpos estranhos no ouvido, a má formação da orelha ou
perfurações da membrana que envolve o tímpano. A perda neurossensorial é
determinada no nervo coclear. Em geral, esse tipo de perda tem causas pré –
natais ou infecções. E a perda mista é aquela que afeta ao mesmo tempo o ouvido
médio e o ouvido interno.
Tudo De Bom
ResponderExcluirUauuuuuu qnta informação útil. LIBRAS tudo de bom. Adoro. Sou ouvinte, tenho muitos amigos surdos e me dediquei aprender LIBRAS pra me sentir nesse mundo silencioso. Amo demais.
ResponderExcluirUauuuuuu qnta informação útil. LIBRAS tudo de bom. Adoro. Sou ouvinte, tenho muitos amigos surdos e me dediquei aprender LIBRAS pra me sentir nesse mundo silencioso. Amo demais.
ResponderExcluirComo faço para receber mais informações sobre pessoas surdas no brasil???
ResponderExcluirOlá pessoal,
ResponderExcluirEstou enviando um simples questionário sobre como Gamification pode auxiliar no processo de ensino/aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
O questionário destinasse a todos os envolvidos no processo de ensino seja em instituições públicas ou privadas, na esfera municipal, estadual ou federal.
Link para o questionário: https://goo.gl/forms/JMVyrac6gWwXruO02
Conheçam o protótipo Caco Libras http://gurupi.ifto.edu.br:4000/libras/inicial/
Desde já agradeço pelo apoio e divulgação.
Denilson bom dia.
ExcluirAchei muito interessante a ideia do Caco, pena não conseguir cadastrar login para acesso. Gostaria de aprender utilizando os métodos. Quando puder, entra em contato, kakkodouglaas@gmail.com por email te passo mais contatos e podemos interagir melhor.